“O” SOPA – Parte III: O retorno de ...?
O que parecia ser uma demonstração da seriedade com a qual as autoridades americanas estavam encarando a questão do compartilhamento de arquivos de conteúdo protegido na Internet, já explicitando seu alinhamento com a lei SOPA, provou, na verdade, que uma guerra estava se desenhando.
Apenas algumas horas depois do anúncio do fechamento do MegaUpload, o conhecido grupo Hacktivista Anonymous resolveu mostrar que o lado “usuário” da Internet também tem força, e deu início a uma série de ataques de negação de serviço aos envolvidos diretamente no projeto SOPA. Mais do que o tempo que o grupo levou para derrubar os sites, o que de certa forma surpreende é os alvos que caíram sob ataque. O Anonymous derrubou nada mais nada menos que o site do Departamento de Justiça dos EUA, o site da RIAA (Associação das gravadoras dos EUA), da Universal Music, da Associação Cinematográfica Americana (MPAA), do Departamento de Direitos Autorais do governo americano e, principalmente, o site do FBI, que ficou fora do ar por várias horas na madrugada de quinta para sexta-feira.
Nos dias que se seguiram, as investidas do grupo continuaram. O Anonymous publicou na sexta-feira, dia 20, em diversas redes sociais dados pessoais do diretor do FBI, Robert Mueller, como endereços da família, telefones pessoais e emails. No dia 23, uma conta do grupo no Twitter foi usada pelo movimento para difundir uma lista com ligações que permitiam fazer o download das discografias dos artistas da Sony, bem como os filmes estreados pela mesma entre 2000 e 2011. No Brasil, o site da cantora Paula Fernandes, da Universal Music, gravadora que apóia a SOPA, ficou fora do ar por várias horas no sábado, 21, tendo substituída a página da cantora por uma de protesto contra o fechamento do MegaUpload (vide imagem abaixo). Sites do governo de Brasília também caíram.
Segundo os perfis que noticiaram a ação, que foi chamada de #OpPayback (algo como Operação “O troco”), este seria o maior ataque já feito alguma vez pelo Anonymous, com 5.635 participantes. Os hacktivistas teriam usado o “Loic”, um programa de código aberto utilizado para ataques de negação de serviço DDoS. Com os recentes ataques aos sites de bancos brasileiros, essa história parece ainda longe de ter um fim.
Esses são os fatos. Nestes três posts fiz um resumo estilo causa-ação-conseqüência. A partir do próximo post escreverei sobre o que realmente considero relevante em relação ao conteúdo do blog desta história toda. Até lá.
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