Depois do resumão “SOPA indigesta”, que dividi em três partes (Parte I, Parte II, Parte III) para explicar um pouco do assunto, algumas considerações acho que são relevantes desta história toda.
Em primeiro lugar, não acredito que seja o fim do compartilhamento de arquivos pela grande rede . A história já nos mostrou isso. Nos anos 90 um programa de compartilhamento de músicas, o Napster, virou a sensação da Internet. Em pouco tempo atingiu milhões de usuários, atraiu a atenção das grandes gravadoras que conseguiram, na justiça, derrubar o serviço. Poucos meses depois havia pelo menos seis novos serviços semelhantes, que já não se limitavam mais a compartilhar só música, como o Kazaa, o Ares, e aí veio o Emule e por aí vai. Música pela Internet se tornou realidade e agora temos aí o iTunes, o Sonora (Terra) etc.
Agora a preocupação são os filmes, os seriados e o streaming. Mas eu pergunto: quanto deste enorme público que gosta do MMA de fato tinha Pay-per-view antes das TV’s abertas brasileiras começarem a transmitir? A maioria via pela Internet, assim como têm acontecido agora com o Futebol Americano, na qual a grupo Globo já está de olho. Quantos já não conheciam “Lost” antes da Globo passar como mini-série nas férias do Jô, e “indicaram” aos amigos que não conheciam para assistir?
Segundo fato. O que o grupo Anonymous conseguiu fazer é realmente histórico. Derrubar sites com ataques do tipo DDoS não é a coisa mais surpreendente do mundo, apesar de que uma instituição que diz “caçar os hackers” como o FBI não deveria estar vulnerável a este tipo de ataque. A questão é que, geralmente, estes ataques são realizados com máquinas “zumbis”, ou seja, computadores que foram infectados com algum tipo de worm que garantem o controle por parte de um Cracker e usá-la para este tipo de ataque. Em 20 de janeiro, pelo menos 5.600 pessoas participaram de um DDoS “conscientemente”.
Esta idéia de consciência coletiva, que parecia só existir em filmes, começa a ganhar muita força. É natural. Depois do fenômeno das redes sociais há uma tendência às pessoas se mobilizarem por ações de protesto, o que me faz acreditar que o movimento “Black March” (vide imagem abaixo) vai ser assunto logo logo.
História por história, acho que estamos vivenciando uma. Apesar de ainda pouco divulgada pela mídia nacional (menos que o caso da ‘Luiza’, por incrível que pareça) acredito que muito ainda irá se ouvir sobre o assunto. Acompanhemos.