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segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

SOPA indigesta - 2.ª parte

Como foi visto no post anterior, o protesto “Stop SOPA” ocorrido em 18 de janeiro aparentemente havia gerado um desconforto no congresso a ponto de o autor do projeto, o republicano Lamar Smith, adiar a retomada das discussões. Mas não foi o que se viu na seqüência.

“O” SOPA – parte II: O império contra-ataca

 
Em 19 de janeiro, um dos maiores sites de compartilhamentos de arquivos do mundo, o MegaUpload, com mais de um bilhão de usuários, foi fechado pelas autoridades federais do Estados Unidos. O site e seu proprietário foram acusados por grandes gravadoras e estúdios de violar leis antipirataria e causar prejuízos de mais de US$ 500 milhões. O site está fora do ar desde então (uma mensagem do Departamento de Justiça Americano e do FBI é exibido ao acessar o site – vide imagem abaixo) e o seu proprietário, Kim Dotcom, foi preso e até o momento, sem direito à fiança. Após sua prisão, uma série de matérias foi divulgada sobre uma vida cheia de luxo e extravagâncias.


O fechamento do Megaupload desencadeou em outros diversos serviços de compartilhamento o temor pela mesma sanção imposta ao site e seu dono, e um a um, foram bloqueando acessos ou removendo conteúdos suspeitos. Entre eles estão sites conhecidos como o Filesonic, que bloqueou novos uploads e downloads para terceiros (apenas quem carregou o arquivo pode baixá-lo), além de descontinuar seu programa de recompensas, mesma ação adotada pelos serviços FileJungle, UploadStation e 4Shared. Outro a bloquear acessos foi o FileServe, que gerou reclamações de assinantes que pagavam mensalidades para ter acesso a conteúdo sem restrições de banda e de tempo.

Nos últimos dias, porém, boatos de conflito de interesses estão gerando suspeitas na ação envolvendo o MegaUpload. De acordo com o portal TechCrunch, o site se preparava para lançar a Megabox.com, uma rede para compartilhar músicas que seria concorrente direta da iTunes Store, da Apple, além de desafiar as gravadoras por remunerar artistas em contratos exclusivos.

Enquanto o imbróglio envolvendo o MegaUpload continua, e os usuários de Internet cada vez mais têm dificuldades em realizar downloads, falaremos no próximo post o que, de fato, é o assunto pertinente à este blog: a contra-ofensiva do grupo hacker "Anonymous".


SOPA indigesta

Sei que a maioria está acompanhando ou pelo menos tem uma noção do “burburinho”  que está acontecendo na grande rede nestas últimas semanas. Pra quem vive Internet e gosta de uns downloads de vez em quando têm se deparado com grandes dificuldades para encontrar servidores de armazenamento com conteúdo disponível. O maior deles, o MEGAUPLOAD, está fora do ar desde 19 de janeiro, fechado por decisão judicial. O assunto é extenso e merece uma introdução, que farei em partes. O que o blog não pode deixar de comentar são as ações de protesto realizado pelo grupo de hackers conhecido como Anonymous, que demonstrou em pouquíssimo tempo o quão frágil são as seguranças de sites de entidades respeitadas, e que estão diretamente ligadas a polêmica da S.O.P.A.

“O” SOPA – parte I

 O Stop Online Piracy Act (Lei de Combate à Pirataria Online), ou SOPA, é um projeto de lei da Câmara Norte-americana que visa ampliar os meios legais para que detentores de direitos autorais possam tomar ações contra sites que estejam infringindo ou colaborando para a infração dos direitos do autor. A lei é apoiada por grandes empresas do entretenimento dos EUA como The Walt Disney Company, Universal Music Group, RIAA, Time Warner, CBS, Sony Pictures etc. Este projeto foi apresentado em outubro de 2011 e desde então vem gerando protestos por parte dos usuários de Internet. Empresas que atuam na Internet como Facebook, Twitter, Google, LinkedIn, Wikipedia, além de outras ligadas a comunidade Open Source também manifestaram-se contrária a lei, inclusive protestando formalmente com paralisação dos serviços.

Até 16 de janeiro os protestos contra a lei estavam transcorrendo de forma “pacífica”. Até então, o fato mais importante tinha acontecido ainda no final de 2011, quando a empresa de registro de domínios Go Daddy, inicialmente a favor da lei, anunciou em 27 de dezembro que deixaria de apoiar a SOPA, depois de passar por um largo boicote de seus serviços. Em 17 de janeiro, o autor do projeto, o representante do Texas Lamar Smith, anunciou que os trabalhos do projeto de Lei, cuja votação inicialmente estava marcada para 18 de janeiro e foi vetada pelo próprio presidente americano, Barack Obama, seriam retomados em fevereiro. No dia seguinte, vários sites e blogs  deram início a um protesto chamado “Stop SOPA”, que iam desde mensagens em suas páginas iniciais até a paralisação total do site por 24 horas. O site Wikipedia, por exemplo, foi um destes, trocando sua página inicial pela mensagem reproduzida abaixo.


Os protestos acabaram gerando resultados. A lei perdeu forças no Congresso americano. Os senadores Marco Rubio, patrocinador do projeto de lei, e John Cornyn, líder da campanha com seu partido, declararam que não apoiariam mais o projeto. Por fim, Lamar Smith disse que "o Comitê Judiciário irá adiar suas considerações sobre a lei até que haja um acordo amplo para uma solução".

O que parecia ser um indício de que a calmaria se estabeleceria, deu início uma verdadeira guerra, que será abordado no próximo post.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Férias acabando, retomando o blog!!!

Com a volta às aulas volta a necessidade (?) de ficar antenado com o que acontece no mundo de TI e da Segurança da informação. Mas antes de voltar a falar de coisas pertinentes ao conteúdo do blog, vale expressar uma opinião um tanto quanto "fora do escopo": até que ponto as redes sociais devem ser levadas à sério?

Na última semana circulou na grande rede um daqueles "virais" que pegam, e se propagam rapidamente. No caso, uma frase dita em um comercial de um empreendimento imobiliário na Paraíba (acho) que dentro do contexto do comercial, ficou até engraçado: "...menos Luiza, que está no Canadá..." . Num misto de indignação com bom humor, os usuários de redes sociais começaram a encaixar a frase nos mais diversos assuntos, tornando simples comentários bem engraçados. A coisa repercurtiu e foi parar na imprensa.

A questão que quero considerar não é o fato em si, mas o tratamento dado pelo jornalista Carlos Nascimento, seja este de cunho pessoal ou da emissora em que ele trabalha. Confesso que não vi o comentário completo, apenas o trecho publicado no YouTube.com, até porque não assisto um telejornal a mais ou menos uns quatro anos, e é essa a minha justificativa. Há algum tempo está difícil identificar nos telejornais e outros meios o que é notícia pura e simples e o que é colocado de forma a denegrir a imagem de X ou levantar o ibope de Y. Tudo se tornou interesse. Globo não fala mal de CBF, Record fala mal de Globo, jornal toma partido político e critica administração adversária, e por aí vai.

Sobre o fato em si, ao se dirigir ao público telespectador e dizer: "... o Brasil já foi mais inteligente..." quero crer que ele ou a emissora tenha se referido, de fato, a própria imprensa brasileira. Independente disso, dar destaque a um fato como esse, que por si só já é engraçado, não faz do brasileiro mais burro ou não. No máximo já fomos mais omissos, ou no mínimo, já fomos de acreditar mais no que se via na TV. A Internet hoje nos dá a liberdade de obter a notícia de diversas fontes, avaliar e expressar nossas próprias opiniões, e isso é extremamente positivo. Não importa se o assunto é uma crise econômica na Europa, uma desapropriação no interior de São Paulo, ou uma simples piada que roda as redes sociais. Resumindo, o Brasil não foi nem é mais inteligente; se fosse, faríamos valer o ranking de 6.ª maior economia do mundo pra alguma coisa, mas continuo com as mesmas dificuldades pra passar o mês.
 
Portanto, uma piada que roda a Internet não deveria ser notícia. Se foi, ótimo. Que se perca 5 minutos do telejornal pra falar de coisas descontraídas e alegrar um pouco nosso dia. Os outros 25 minutos podem continuar sendo usados para violência, tragédias, corrupção etc. O Brasil não mudou. Não ficamos mais ou menos inteligentes. Apenas ganhamos a opção de escolher o que vemos e dar atenção ao que nos interessa.